Aparência Típica em Seções Verticais

Os parâmetros que usamos para descrever a estrutura vertical de um VCAN neste modelo conceitual são: vorticidade relativa, velocidade vertical e desvio zonal da temperatura.

A figura (a) abaixo mostra um VCAN na sua fase inicial de desenvolvimento, quando a circulação fechada começa a se desenvolver em 300 hPa.

A figura (b) mostra o corte vertical oeste-leste de vorticidade relativa através do centro do ciclone (cerca de 11°S), durante a fase de formação. Podemos ver como o VCAN se estende desde a tropopausa até 500 hPa, com uma inclinação vertical para leste.

Na figura (c), a seção transversal do desvio zonal da temperatura do ar também mostra a mesma inclinação vertical do ar frio (valores negativos), uma vez que se estende até 550 hPa. Além disso, esta figura ilustra valores positivos a oeste do VCAN. Estes valores positivos podem estar associados com a Alta da Bolívia.

A seção transversal da velocidade vertical na figura (d) indica claro movimento descendente no núcleo do VCAN e movimento ascendente na periferia. Este movimento vertical se estende até níveis baixos.

a) b)

c) d)

08 Janeiro 2013 / 0000 UTC. Imagem de satélite infravermelho com linhas de corrente de 300 hPa (a), corte vertical em 13oS para vorticidade relativa (b), desvio zonal da temperatura (c) e velocidade vertical (d).

O segundo conjunto de figuras mostra o mesmo sistema durante sua fase madura. A seção transversal vertical oeste-leste da vorticidade relativa através do centro do ciclone (13°S) foi produzida enquanto o VCAN está sobre o Oceano Atlântico. As estruturas de nuvem nos setores do nordeste mostram como o VCAN se estende da tropopausa até 350 hPa com uma inclinação vertical para o leste (b).

A seção transversal do desvio zonal da temperatura do ar (c) continua a mostrar a inclinação vertical do ar frio para o leste, estendendo-se até 550 hPa, enquanto ilustra também como o dipolo observado na fase anterior se intensificou.

A seção transversal vertical de velocidade (figura (d)) continua indicando movimento descendente no núcleo do VCAN e movimento ascendente na periferia. Nesta figura, o movimento descendente estende-se para baixos níveis, enquanto o movimento ascendente, no setor oriental, está confinado nos níveis superiores (de 500 hPa até a tropopausa).

a) b)

c) d)

10 Janeiro 2013 / 1200 UTC. Imagem IR com linhas de correntes de 300 hPa (a), seção transversal vertical em 13oS para vorticidade relativa (b), desvio zonal da temperatura (c) e velocidade vertical (d).

O terceiro conjunto de figuras mostra um caso de VCAN profundo "clássico" durante a fase madura.

A seção transversal vertical leste-oeste da vorticidade relativa através do centro do ciclone em 13°S foi compilada, enquanto o VCAN estava sobre a costa do Nordeste do Brasil. Vemos padrões de nuvens na periferia e atividade convectiva no núcleo. O VCAN estende-se desde a tropopausa até 750 hPa, com uma pequena inclinação vertical para o leste, de 600 hPa a 300 hPa (b). Como esperado, este VCAN é mais profundo do que o anterior, com nuvens cirrus.

A seção transversal zonal do desvio de temperatura do ar (c) mostra mais uma vez uma inclinação vertical do ar frio para leste, desta vez estendendo-se até 800 hPa, enquanto vemos também o ar mais quente a oeste do VCAN nos altos níveis.

a) b)

c) d)

4 Novembro 2013 / 1800 UTC. Imagem de vapor d'agua (a) e seção transversal vertical em 18°S para vorticidade relativa (b), desvio zonal de temperatura (c) e velocidade vertical (d).