Estrutura das Nuvens nas Imagens de Satélite

Os padrões de nuvens associados aos VCANs variam consideravelmente, dependendo de sua intensidade e profundidade. Em níveis altos e médios, frequentemente vemos esses padrões de nuvem se formando em conexão com situações como as das figuras (esquema e imagem IR - infravermelho) abaixo. Aqui podemos ver que as estruturas de nuvem associadas ao VCAN se conectam com as nuvens de um ciclone extratropical e de um sistema frontal, para produzir a forma de um "S". Em alguns casos, nuvens convectivas no setor ocidental do vórtice podem interagir com a circulação advinda da Alta da Bolívia.

Embora o centro do VCAN seja geralmente uma região sem nebulosidade, caracterizada por subsidência, atividade convectiva pode também ser observada no período da tarde e primeiras hora da noite perto do seu centro, quando o VCAN está sobre o continente (veja a imagem de satélite abaixo) ou passando sobre águas oceânicas quentes.

Ilustração esquemática de nuvens altas e médias para em VCAN. Fonte: Kousky e Gan (1981). 04 Novembro 2013 / 18 UTC. Imagem IR GOES-13.

Nas imagens abaixo, vemos um exemplo de padrões de nuvens associadas a um VCAN para 17 de fevereiro de 2014 às 1745UTC, usando imagens de satélites nos canais do infravermelho e do vapor d'água. Nessas figuras, podemos ver o ar seco no centro do VCAN (cinza escuro no canal WV- vapor d'água) rodeado por ar úmido formando uma língua escura em forma espiralada (diferentes tons de cinza). A convecção na borda do sistema é indicada pelos tons mais claros. Como existem muitas nuvens Cirrus ao redor do VCAN, esse sistema é difícil de ser identificado no canal visível (VIS).

Podemos ver também a presença de uma circulação anticiclônica (Alta da Bolívia) sobre o continente, que contribui para a difluência e divergência de massa em níveis superiores entre essa alta e o VCAN. Nuvens convectivas então se formam nessa região, em associação com essa divergência.


17 Fevereiro 2014/17:45 UTC - canais do infravermelho termal (11 μm), vapor d'água (6.7 μm) e visível (0.8 μm) para a composição de imagens dos satélites GOES-Meteosat.

A evolução de um VCAN sobre o nordeste brasileiro e o Oceano Atlântico Sul tropical pode ser vista na imagem de satélite no canal infravermelho (11 μm), superposta às linhas de correntes em 300hPa (figura abaixo) para o sistema ocorrido em 8 de Janeiro de 2013. Um cavado de altos níveis associado a nuvens de altos níveis (Cirrus) é mostrado às 1200 UTC do dia 6 de janeiro (linha tracejada na figura "A"). No dia seguinte (figura "B"), o cavado sobre a costa nordestina (30°W) evoluiu para uma circulação fechada e as nuvens altas se dissiparam (Cirrus são observadas em outros casos). às 0000 UTC do dia 8 de Janeiro de 2013 (figura "C"), o cavado aparece fechado (veja a letra C na figura "c") indicando que o VCAN foi formado. Embora as estruturas de nuvens associadas a um VCAN variam de acordo com a sua intensidade e profundidade, a presença de uma larga faixa de nuvens de nível superior com uma curvatura ciclônica é um padrão típico associado a um VCAN (como mostrado nas figuras "a" e "d"). As nuvens estão localizadas na periferia do VCAN. Quando o cavado muda para uma circulação fechada, as nuvens aparecem no lado oriental do sistema e o núcleo está, então, livre de nuvens (figura "d").

a) b)

c) d)