Parâmetros Chave de Previsão Numérica do Tempo NWP

Pressão Média no Nível do Mar: essa variável é importante para identificar e rastrear os ciclones. Durante o estágio de pré-ciclogênese, há uma área alongada de baixa pressão ao nível do mar sobre o Paraguai, sul do Brasil e Uruguai. Contudo, a origem do ciclone ocorre sobre o Uruguai ou sobre o oceano (perto da costa leste da América do Sul). Durante seu desenvolvimento, o ciclone se move em direção a leste ou sudeste e atinge o estágio de maturidade (fase de oclusão). Seu enfraquecimento ocorre perto de 55°S e 35°W.

Altura Geopotencial em 300 hPa: um cavado ou um vórtice ciclônico de altos níveis, deslocado do oceano Pacífico para o Atlântico, contribui para a origem do ciclone em superfície perto da costa leste da América do Sul. A ciclogênese ocorre à jusante do eixo do cavado, através de uma zona baroclínica pré-existente ou devido ao efeito orográfico (ciclogênese a sotavento) quando um jato de baixos níveis está presente.

Temperatura em 850 hPa: esse parâmetro permite monitorar os gradientes horizontais de temperatura em torno do ciclone, durante a sua evolução. Nas fases de pré-ciclôgenese e ciclôgenese, há um gradiente horizontal de pressão intenso no centro do ciclone. No estágio de ciclôgenese, as isotermas mostram uma concavidade similar ao mostrado no modelo de Bjerknes e Solberg. No entanto, uma vez que o ciclone está maduro, as isotermas começam a diferir do modelo desses autores. O exemplo mostrado aqui indica uma piscina de ar quente na parte oeste dos gradientes de temperatura.

Advecção de Temperatura em 850 hPa: às vezes, os Andes podem bloquear a frente fria e permitir a intensificação da advecção do ar quente a 850 hPa (WA) da região amazônica para o lado leste dos Andes. Isso é uma condição prévia para criação de um ciclone a sotavento, apesar de também ser necessário um cavado de nível superior cruzando os Andes. O campo de advecção de temperatura mostra uma situação de onda distinta: um máximo de advecção quente (WA) adiante da nebulosidade e advecção de ar frio (CA) atrás. Esse conjunto WA/CA é um sinal da ciclogênese em andamento.

Advecção de Vorticidade Relativa em 300 hPa: em altos níveis, advecção de vorticidade negativa (NVA) pode ser observada corrente abaixo do eixo do cavado. Essa advecção de vorticidade ciclônica em níveis elevados intensifica os movimentos ascendentes na coluna. Advecção de vorticidade máxima negativa pode também ser encontrada na saída do lado direito do núcleo dos jatos em altos níveis. Essa é uma região de divergência que também está associada a movimentos ascendentes na coluna de ar.

Vorticidade Potencial (VP) em 300 hPa: a vorticidade potencial é, por definição, negativa no Hemisfério Sul. Valores entre -1,5 e -2 unidades de VP no Hemisfério Sul são considerados sinais da tropopausa dinâmica. Os campos de vorticidade potencial mostram valores negativos mínimos ao longo da parte traseira da frente fria. Grandes gradientes do VP frequentemente são associados com gradientes de temperatura em imagens de vapor d'água.

Ventos em 300 hPa: em altos níveis é possível ver a corrente de jato associada com o ciclone e com as frentes quente e fria em superfície. Durante o estágio inicial do desenvolvimento de ciclone, a corrente de jato pode ser vista ao longo da extremidade posterior da faixa de nuvens na frente fria. Contudo, se o gradiente de temperatura em baixos níveis não é intenso, os ventos em altos níveis também não serão muito intensos, e a corrente de jato não estará presente. Durante a fase de desenvolvimento, a corrente de jato pode ser observada no ponto em que as frentes quente e fria se encontram. Depois, durante a fase de oclusão, a corrente de jato localiza-se no lado equatorial do ciclone e atravessa o ponto triplo, isto é, o ponto na qual as frentes quente, fria e oclusa se encontram.

é importante mencionar que, em vários casos, quando a corrente de jato em altos níveis está sobre o continente, pode acoplar-se ao jato de baixos níveis (ou seja, estar sobre esse jato em baixos níveis). Esse acoplamento pode potenciar a convecção, ocasionando desenvolvimento de complexos convectivos de mesoescala (MCC).

Pressão Média no Nível do Mar e Altura Geopotencial em 300 hPa

Pré-ciclogênese Ciclogênese
Maturidade Decaimento

07-10 de setembro de 200. Imagem do canal 4 IR do GOES-10. Pressão média ao nível do mar (linhas vermelhas) e altura geopotencial em 300 hPa (linhas azuis).

Temperatura em 850 hPa

Pré-ciclogênese Ciclogênese
Maturidade Decaimento

07-10 de setembro de 2009. Imagem do canal 4 IR do GOES-10 e temperatura em 850 hPa (linhas).

Advecção Horizontal de Temperatura em 850 hPa

Pré-ciclogênese Ciclogênese
Maturidade Decaimento

07-10 de setembro de 2009. Imagens do canal 4 IR do GOES-10. Advecção horizontal de temperatura do ar em 850 hPa. Advecção quente (linhas vermelhas); advecção fria (linhas azuis).

Advecção de Vorticidade Relativa Horizontal em 300 hPa

Pré-ciclogênese Ciclogênese
Maturidade Decaimento

07-10 de setembro de 2009. Imagens do canal 4 IR do GOES-10. Advecção positiva (anticiclônica - linhas vermelhas); advecção negativa (ciclônica - linhas azuis). O círculo indica a região onde a NVA contribui para o movimento ascendente.

Vorticidade Potencial em 300 hPa

Pré-ciclogênese Ciclogênese
Maturidade Decaimento

07-10 de setembro de 2009. Imagens WV do canal 3 do GOES-10. Vorticidade Potencial em 300 hPa (linhas azuis).

Pressão ao nível médio do mar, espessura da camada 500/1000 hPa (densidade) e intensidade do vento em 300 hPa

Pré-ciclogênese Ciclogênese
Maturidade Decaimento

07-10 de setembro de 2009. Pressão ao nível médio do mar (linhas pretas), 500/1000 hPa de espessura (densidade) (linhas azuis) e ventos abaixo de 50 m/s em 300hPa (sombreado laranja e vermelho).